O feriado da Proclamação da República e as férias do cachorrinho Pisco

Olá turma!

No feriado de 15/11/2012 decidimos ir a Passos - MG, cidade onde meu marido nasceu e onde vive sua família. Passos é uma cidade do sudoeste mineiro que fica a 779 Km de Curitiba. É longe, é muito longe. A viagem é cansativa e começa enfrentando uma Régis Bittecourt (Curitiba-SP) cheinha de caminhões!!! As cidades conhecidas mais próximas de lá são do Estado de São Paulo, que é Franca (106 Km de lá) e Ribeirão Preto (171 Km de Passos), essa última, a única opção próxima com aeroporto comercial e mesmo assim, ainda temos que pegar a estrada e andar umas 2h e meia.

Como o feriado era de 4 dias, considerando 9 h para ir e 9 h para voltar ainda assim compensou ficar perto da família mineira e descansar.

Mas o motivo principal ainda me corta o coração. Como no natal e ano novo estarei com 30/31 semanas, achamos que essa viagem de novembro seria ideal para levarmos o Pisco, nosso cachorrinho da raça Shitzu para passar uma temporada por lá. Depois de muita discussão, muito chororô, o Fábio entendeu que não podíamos ficar com o Pisco nos primeiros meses após o nascimento do Antônio e da Manuela. Quer dizer, ele não entendeu, mas aceitou a ideia.

Vamos à história do Pisco e de como ele entrou em férias por tempo determinado. 

Moramos no bairro Campo Comprido, em Curitiba. É uma região muito boa de se morar, local alto, privilegiado pela natureza, com vários bosques e espaço verde ainda abundante. De um lado cercado por uma região mais humilde, que faz fronteira com o bairro CIC e por outro lado, vizinhos de um bairro emergente, com muitos condomínios de luxo e prédios nobres, o Mossunguê, também conhecido como Ecoville. O Campo Comprido ainda faz divisão com o bairro do Santa Quitéria.

Vivemos aqui desde 2008 quando compramos um pequeno apartamento, ainda antes do boom imobiliário que de uns anos pra cá inviabilizam qualquer outra compra de imóvel em nossa cidade. Apesar de possuir 3 quartos, sendo um suíte o apartamento é bem pequeno, daqueles em que a cozinha e a área de serviço estão em um mesmo ambiente. Adoramos nosso apartamento, mas depois da notícia dos gêmeos entendemos que não poderemos viver nele por muitos anos. Duas crianças, um casal e um cachorrinho em 55m quadrados me parece sufocante, apesar de saber que existem famílias muito mais numerosas em ambientes bem menores.

No ano passado, quando pedi demissão do meu emprego no McDonald's o Fábio achou por bem me arrumar uma companhia e acabamos por comprar o Pisco. Sim, compramos o cachorrinho. Não tínhamos qualquer experiência com adoção de cachorros, apesar de apoiar a causa. O Fábio sempre foi apaixonado por bichinhos e, em um passeio de sábado depois de almoçarmos em um buffet ao lado da loja Pangea Zoo, passamos para conhecer a loja e acabamos saindo com o Shitzu Pisco. Uma bolinha linda de pelos.

Pisco na semana que chegou no nosso ap

Apesar dele já estar grandinho para venda (quase 6 meses), educá-lo para viver no apartamento não foi difícil. Com a ajuda de alguns produtinhos ele se adaptou a fazer suas necessidades sobre uma grade que tem um tapete absorvente embaixo e isso foi ótimo! 

O Pisco é um cachorrinho pequeno, um pet cheio de frescuras para os padrões normais. Ele toma banho todas as terças-feiras, que é o dia que a diarista vem limpar o ap. Ele recebe cuidados que muitas crianças no mundo todo não possuem (ok, tenho esse conflito na minha cabeça). Mas pensei muito no Fábio ao aceitar um pet no apartamento, pois quando criança ele teve um bichinho de estimação por pouquíssimos dias. 

Eu adoro cachorros, mas acho que eles também precisam de espaço para correr, brincar, para ser mais bicho e menos gente. E depois que engravidei pensei muito sobre como seria quando os bebês chegassem. Como seria com ele aqui? Lemos muito sobre adaptar à casa e o cachorro para a chegada de uma criança, só que no nosso caso são duas, chorando e mamando ao mesmo tempo, que precisam descansar, de um ambiente limpo. Com o Pisco aqui não conseguiria manter minha tranquilidade e já estava prevendo muitos momentos delicados com os bebês x Pisco.

Foi aí que surgiu a ideia dele ir passar uma temporada na casa da mãe do Fábio em Minas. Lá a casa é grande, tem espaço interno e externo de sobra. Surgiram várias perguntas, pois em Passos vive a minha sogra e a minha cunhada e ambas trabalham fora. Além do mais, minha sogra vem nos ajudar quando os gêmeos nascerem. Conversamos com elas e as meninas aceitaram nos dar mais esse help. O Fabão ficou desolado. Tentou por várias vezes me convencer e se convencer de que não seria tão difícil assim, que todo mundo tem cachorros e bebês, mas essa decisão infelizmente teve de ser unilateral. Tive de ser a má da história e bater o pé, com dor no coração. 

Apesar de ter menos contato com o Pisco, pois o Fábio é daqueles donos que se enroscam no doguinho mesmo estando de terno e gravata ele realmente me fazia companhia e hoje escrevo no apartamento vazio, sem festinha, sem latidos, sem cachorrinho me acordando todos os dias, como ele fazia e sem o Pisco arranhando a porta quando vínhamos da rua. Cachorro é sim, tudo de bom. Nós só não temos o ambiente adequado para criar cachorro e criança junto. Quanto mais, duas crianças!

Foi assim que o Pisco ganhou férias limitadas em Minas Gerais. Ainda não sabemos ao certo quanto tempo ele ficará por lá. O fato é que a data provável do meu parto é 5/03/2013, considerando 40 semanas. Como gestações gemelares ficam entre 32 e 38 semanas, os bebês devem chegar pelo carnaval. Levando em conta um período de adaptação e as primeiras vacinas das crianças imaginamos que ele fique por lá ao menos uns 3 meses depois do nascimento do Antonio e da Manuela.

Sinto que ainda não fui perdoada pelo Fabão, por essa decisão. Espero que esse sentimento passe quando as crianças chegarem e que não haja uma rejeição por parte dele. Espero que os bebês possam preencher um pouco da ausência do Shitzu Pisco no coração e na vida do meu maridão que eu amo muito.

Pisco já em MG deitado entre os quartos da casa

Pisco já em MG descobrindo novas rotas de fuga

Bjocas minhas, do Antônio e da Manu.